Um Disco que Curto #04: Queen – Hot Space
Anos 1980. Sábado. Um rolê pelo centro da cidade era tradicional. Muito bom, era um lazer total. Como tinha coisa para fazer naquele pequeno espaço de São Paulo…. Sem tantas preocupações, a nossa rotina era dar volta pela região.
Quando a gente podia, comprava artigos do vestuário para curtir as festas. As lojas que eu mais gostava eram Babuch, Delhi, Mesbla, Mappin, mas há outras que não me recordo agora.
De tempos em tempos, passava na Galeria do Rock, mais especificamente no subsolo, onde os blacks se reuníam em muitos salões de cabeleireiros. Além de cortar o black power, ficávamos sabendo das festas, ali era o lugar para estar bem informado.
Nesse tempo, eu já havia descoberto que a black music estava em meu DNA, assim como no dos meus irmãos, que também curtem o estilo. Nós, que sempre estávamos atrás dos toca-discos animando festas e tardes dançantes, sempre tínhamos que renovar o arquivo musical. E, o melhor lugar para encontrar novidades era a região central de São Paulo.
E onde entra o Queen?
Certo dia, estava eu e meus irmãos, Natanael, Carlos e Du, em busca de novas músicas. Já sabíamos várias lugares onde procurar: Galeria do Rock, Museu do Disco, a loja do Fernando na Praça do Correio, entre outras.
Mas daquela vez fomos a uma loja na rua Quintino Bocaiúva, onde já éramos clientes. Me lembro bem do Romilson, um vendedor que só apresentava novidades de qualidade.
Entre os discos que ele nos apresentou, um delos não nos interessou à primeira vista. Até ficamos sem entender, pois ele conhecia nosso gosto. Mas, rindo, ele falou que ia tocar para ouvirmos. E, hoje, estou aqui com um disco que curto.
Falo do álbum Hot Space, do Queen. Na hora em que o Romilson colocou “Cool Cat”, ficamos supresos e felizes, e logo separamos para comprar. Ali descobri que música não tem cor. Música tem que ser boa.
E aqui estou em 2022, 40 anos depois, curtindo muito “Cool Cat”. Música boa é para sempre.